quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Um novo Dia

Porque será que às vezes passamos o dia com uma enorme sensação de inutilidade, de vazio com vontade de chorar? Às vezes até choramos com uma cena boba de filme que nem era pra chorar, choramos ao ver um menino de rua. Não sei se já aconteceu com você. Comigo já, tem dias que choro por qualquer coisa. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. E continuamos a perder e a ganhar.
Perdemos a inocência da infância, mas ganhamos a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo.
Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo. Como faz uma criança quando é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar vergonha. Quem tem filho se diverte muito, pois eles são tão autênticos que sinto inveja às vezes (rsrs).
Infelizmente não podemos dar risadas escandalosamente com a maior naturalidade do mundo, pois estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. Vamos ganhando peso, seios, pêlos, altura e ganhando o mundo.
Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos ah! Os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.
Aí, de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo, perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar a razão acima de tudo. Não temos o direito de gargalhar, de andar descalço tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer.
Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, não namoramos mais em qualquer lugar. De repente percebemos que nos falta cuidados, pois nos falta dinheiro:- “Não existe mulher feia, existe mulher pobre” (rsrs). Ganhamos algumas rugas, alguns fios brancos, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias. Alguns se tão conta que perdeu o brilho no olhar, esqueceu dos sonhos, deixou de sorrir, e isso não pode acontecer.
Que se danem as rugas, a barriguinha, nossa experiência de vida não conta? Que tenhamos rugas e boas lembranças. Quero ser levada a sério, mas ter bom humor e ser ousada. Quero ser amada, elogiada, paquerada, namorada e mais Ada, Ada....pelo que sou. E continuar chorando quando sentir vontade, faz bem lava a alma e os olhos, (rsrs).

“Maravilhas nunca faltam no mundo, o que falta é a capacidade de senti-las e admirá-las”. Paul Schmitt

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