segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Apego

Moramos por 12 anos em um apartamento, num bairro que aprendi a gostar, e de conviver com vizinhos, que se tornaram amigos. Quando a família cresceu sentimos a necessidade de nos mudar para um lugar maior, e na cidade que sempre amei e nasci. Foi muito empolgante procurar uma nova casa, tudo novo e ainda melhor no lugar que sempre quis retornar. As crianças ficaram um pouco ressabiadas, pois tinham muitos amiguinhos também, mas conversamos muito com eles, que continuaríamos com nossos amigos e faríamos outros amigos, e que tudo ia ser melhor. Enfim, quando chegou o penúltimo dia em nosso apartamento, tínhamos apenas num colchão no chão que dormíamos e a geladeira e TV ligadas. Guardo esses últimos dias como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Tive que deixar meus armários, cozinha. Embora estivesse acontecendo coisas que pedi para acontecer, eu estava sofrendo com a mudança, não era medo, mas uma angústia que nem sei explicar, vivemos tantas coisas naquele lugar, naquele apartamento, que não conseguia com facilidade me desligar dele. Aprendi que toda mudança dói, chora-se muito.
E pensei que não queria nunca mais me apegar a nada que não tivesse valor afetivo, coisas foram feitas apenas para se usar, e não para se amar. Hoje acredito que me desfaço com facilidade de objetos, e até da casa que moro hoje. Talvez por morar aqui apenas 2 anos (rsrs). E o que fazer com apego as pessoas que são ou foram importantes, não importando o tempo que esteve presente na nossa vida? Crescimento e perder fazem parte do ciclo de vida, situações que perdemos algo para ganhar algo melhor, isso tudo é uma lição de vida, difícil sim, mas essencial para o crescimento interior. Todos os desafios, todas as situações que vivemos de perda é para adquirirmos sabedorias... É um ciclo... Tudo é empréstimo temporário para o nosso aprendizado. Torna-se óbvio que a dor e a perda afeta muitos aspectos da nossa experiência de vida. Espero que saibamos transformar todos os nossos apegos E... Que a vida flua, espero que saibamos reconhecer que, quando nossos olhos perdem o brilho é porque é tempo de mudança, seja na profissão, na saúde, nos relacionamento, etc. E tenha coragem de deixar vir o novo. O novo pode vir até na mesma casa, no mesmo relacionamento e na mesma pessoa. O novo vem da renovação de atitudes, da mudança de pensamento e ações, que ainda não experimentamos. O novo vem de dentro...

"O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença.” Luiz Fernando Veríssimo

3 comentários:

  1. nancyecelso@terra.com.br5 de outubro de 2009 às 09:39

    Oi Rosi!!! Li suas palavras, relecionando com minha vida!!!! As lágrimas foram uma enxurrada quando deixei a casa dos meus pais para me casar... A cada roupa tirada do armário, cada objeto, tudo me trazia uma lembrança... Nessa casa foram 29 anos! Fomos morar num apartamento, mas sempre com o objetivo de comprar uma casa com quintal! 4 anos depois, quitamos o apartamento e com a ajuda dos meus pais, compramos a casa dos sonhos! Mas qual não foi a minha surpresa em me pegar chorando de novo, ao deixar o apart. pequenininho!!! Os vizinhos, todos chorando! É o que vc disse mesmo... o material fica, mas o afetivo...

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  2. Hoje, temos perspectivas (remotas) de nos mudarmos para Curitiba, devido ao emprego do meu amor... Já me vem lágrimas só de pensar... mas não é de deixar a casa dos sonhos prá trás... São dos almoços de domingo com meus pais, dos churrasquinhos com os amigos, da fofoca por cima do muro com a vizinha... Como dói crescer, né, amiguinha? Um beijão! Adoro vir te visitar!!!

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  3. Oi, Rose.
    É verdade as pessoas se apegam muito a coisas materias, como se fosse algo para amar e como você disse temos que nos apegar o que é de afeto, amar a família, os amigos...
    Vamos passar por uma mudança no próximo ano, talvez só vou ver meu marido nos fins de semana. Mas, vai ser algo que vai ser pro bem da família, td vai dar, agora então com o que eu acabei de ler, vi realmente que a mudança dói... mas, no final com a benção de DEUS td vai dar certo.
    Um beijão.
    Deu abençõe vocês.
    Débora Cristina.

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